Descubra onde ver esse espetáculo da natureza que acontece de julho a novembro na costa do sul do Brasil
Se tem uma coisa que encanta a todos os olhares é o espetáculo das baleias-francas. Todos os anos, durante a temporada de reprodução, elas deixam as águas frias da Antártida e buscam o aconchego do litoral catarinense para dar à luz e amamentar os seus, não tão pequenos, filhotes, que já nascem medindo entre 4 e 5 metros de altura e bem fortinhos, pesando 5 toneladas.
Nada que impressione tanto quanto o tamanho das mamães, que passam facilmente dos 17 metros de comprimento e das 60 toneladas. Uma família realmente de peso, mas muito dócil e curiosa, que se aproxima da areia sem medo algum, facilitando aos espectadores avistá-las quando elas resolvem aparecer.
Com a nossa consciência ambiental à flor da pele parece até difícil acreditar, mas por centenas de anos a caça às baleias-francas era uma das principais atividades econômicas do Brasil. Por ser um animal muito dócil e de fácil aproximação, elas se tornaram alvo fácil e muito valorizado, principalmente pelo seu óleo.
Felizmente, com a proibição da caça às baleias em 1987, isso ficou para traz e, hoje, a antiga estação baleeira foi transformada no Museu da Baleia de Imbituba, que conta a história desde seus dias tristes, até o presente de preservação.
Desde então, a luta para garantir a sobrevivência das baleias-francas se tornou prioridades no litoral de Santa Catarina. Nos anos 80, foi criado o Projeto Baleia Franca, que desenvolve diversas ações buscando recuperar a população das baleias no Atlântico Sul Ocidental, que pouco mais de duas décadas depois criou a APA (Área de Proteção da Baleia Franca), que vai desde o sul de Florianópolis até a divisa do Rio Grande do Sul.
Já que elas deslizam por vários meses tão pertinho da areia, você deve estar pensando que basta dar uma passadinha na praia para se deparar com uma baleia-franca nadando com seus filhotes, não é mesmo? Infelizmente não é bem assim.
Como todo fenômeno da natureza, o encontro com uma baleia-franca não depende somente da nossa vontade e não tem hora, nem local marcado. Mas, se você estiver em Imbituba, Laguna ou Garopaba, que são as três cidades que fazem parte da Rota da Baleia-franca, é bem provável que você dê de cara com elas.
É claro, que isso vai exigir um pouco de paciência, mas pode ficar tranquilo que nenhum sacrifício. O ideal é ficar pelo menos 4 dias na região, o que com as belezas das praias, como o Rosa, é uma tarefa mais do que agradável.
O Instagram do Projeto Baleia-Franca (@baleiafranca) sempre posta em seus stories onde as baleias estão, facilitando a busca. Além disso, existe também um grupo de Whatsapp onde os guias da região trocam informações sobre o paradeiro das baleias constantemente, então, para multiplicar as chances uma boa dica é contratar um guia.
As baleias-francas podem ser facilmente reconhecidas da praia exatamente pelo que elas não tem: a nadadeira dorsal. Como elas são predominante pretas, incluindo a cauda, é bom ficar ligado na nadadeira peitoral em formato trapezoidal, normalmente exposta quando a sua dona salta, vira de lado ou de barriga para cima.
Outra característica marcante é o seu veloz borrifo de água em forma de “V”, um verdadeiro espetáculo à parte. Sem falar da beleza que é ver os filhotes saltando ao lado das mães mar afora.
Se você ainda não teve essa experiência, não marque bobeira. Aproveite que a temporada está chegando, reserve a sua viagem e o seu encontro com essa fantástica força da natureza. Você vai se apaixonar e querer voltar todos os anos, com certeza!